Exposições
Zés há muitos: BDs não faltam!
NÚCLEO CENTRAL

Créditos
Inês Garcia
Exposição que celebra os 150 anos de Zé Povinho, personagem nascido a 12 de junho de 1875, nas páginas do jornal “A Lanterna Mágica” pelas mãos de Rafael Bordalo Pinheiro, um dos artistas mais importantes do século XIX e também um dos pais da Banda Desenhada em Portugal, torna-se um dos maiores ícones da cultura portuguesa e, talvez, o maior legado que o artista nos deixa. Este personagem, que ora nos surge a dormir, ora surge a gesticular o manguito, é um reflexo da população de outrora, passiva e sem noção dos seus deveres e direitos, mas que em situações de maior pressão social, ou em que a albarda que carregava às costas estava demasiado pesada, mandava “os pés à parede” e exercia finalmente uma cidadania consciente. Por estes e outros motivos mesmo sendo um cidadão sénior, Zé Povinho continua a ser utilizado e representado por tantos outros artistas das mais diversas áreas criativas e o mesmo não é exceção na banda desenhada, sempre que assim é necessário. Por esse mesmo motivo e para celebrar com o devido regozijo, trazemos várias reinterpretações de alguns dos alunos, convidados e formadores do Curso de Banda Desenhada, cujas várias edições realizadas no Museu Bordalo Pinheiro, acabam sempre de uma forma ou de outra cruzar valores do artista que lhe dá nome e do dia a dia do nosso Zé, que parece muitas vezes necessitar de ser recordado de alguns deles. Nestas pranchas poderemos então contar com temas como a igualdade, a liberdade de expressão (sempre com muita responsabilidade associada), a educação ou a falta dela, os direitos de um povo, mas todos eles polvilhados com humor à discrição e sempre prontos a lembrar-nos que o Zé é dono da casa, mas nem sempre se lembra que manda.
Comissário
Inês Garcia e Tiago Cruz